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montesclaros.com - Ano 22 - terça-feira, 5 de agosto de 2025

Preso que matou policial em BH, com a arma dele, e que fugiu usando o seu uniforme, agora vai ser transferido para a Penitenciária de Francisco Sá

Terça 05/08/25 - 10h

9h57m, terça-feira, do jornal O Tempo, de BH:

Detento que matou policial penal em hospital de BH é transferido para penitenciária no Norte de MG

A transferência foi publicada no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais (DOE-MG) nesta terça-feira (5/8)
Rayllan Oliveira

O detento de 24 anos, suspeito de matar um policial penal, de 42, em um hospital de Belo Horizonte, foi transferido para a penitenciária de Francisco Sá, na região Norte de Minas Gerais. Antes, ele estava custodiado no presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A transferência foi publicada no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais (DOE-MG) nesta terça-feira (5/8).

Por nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG) informou que "as transferências de presos fazem parte da rotina de gestão do sistema prisional, gerenciado pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG)". Ainda segundo a pasta, detalhes não são informados, por razões de segurança.

O detento
O suspeito de matar o policial penal na madrugada do último domingo (3/8) possui passagens pelo sistema prisional desde 2018. Segundo a Sejusp-MG, ele responde a inquéritos por crimes de tráfico de drogas, furto, posse ilegal de arma de fogo e homicídio. O detento foi admitido no dia 14 de julho na Penitenciária José Martinho Drumond. Ele estava internado na unidade de saúde do bairro Luxemburgo, na região Centro-Sul da capital, desde o dia 27 do último mês. O motivo não foi informado pela pasta.

O caso
Na madrugada de domingo (3/8), o detento entrou em luta corporal contra o policial penal da escolta. Ele tomou a arma e atirou duas vezes contra o servidor público, que não resistiu. Após o confronto, ele fugiu com a arma e vestindo o fardamento do policial penal. No entanto, foi preso após uma operação da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).

A pasta informou que instaurou um procedimento interno para apurar administrativamente o caso. "A Sejusp lamenta a morte do servidor e se solidariza com familiares, amigos e colegas do policial penal", disse. A investigação criminal é conduzida pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).

O Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Minas Gerais (Sindppen-MG) lamentou a morte do servidor público. "O Sindppen-MG externa solidariedade e pesar aos familiares, amigos e colegas de farda neste momento de profunda dor. Que Deus conforte, traga paz e força para atravessar esse momento de tanta tristeza. A memória de Euler permanecerá viva entre aqueles que, como ele, dedicam suas vidas à segurança e à justiça", publicou o Sindppen-MG em suas redes sociais. O sindicato informou que acompanha a investigação do caso.

O hospital informou, por meio de nota, que nenhum civil entrou armado na unidade de saúde e que segue, rigorosamente, os protocolos internos de segurança. "O Hospital Luxemburgo lamenta profundamente o falecimento do agente penal e se solidariza com seus familiares, colegas e amigos. A unidade reforça que permanece colaborando com as autoridades competentes para contribuir com as investigações em curso", destacou.

Enterro
O corpo do policial penal foi sepultado nesta segunda-feira (4/8). Durante a cerimônia, o presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais, Jean Otoni, informou que dois servidores haviam sido escalados para a missão. A ausência do segundo servidor é investigada. “Foi designados os dois policiais para estar lá. No momento que aconteceu o fato, o policial não estava no local”, afirmou.

Ainda segundo Jean, a Corregedoria já está apurando os fatos, e, se houver confirmação de falha, o servidor envolvido poderá responder a inquérito e a processo administrativo.


***

13h06m, terça-feira, do jornal Estado de Minas, de BH:

Projeto de lei quer impedir que policiais penais atuem sozinhos em Minas
Proposta na Assembleia Legislativa surge após morte de agente durante escolta no Hospital Luxemburgo, em Belo Horizonte

Após o assassinato de um policial penal durante uma escolta no Hospital Luxemburgo, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, um projeto de lei foi protocolado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para proibir que agentes penais atuem sozinhos no estado. A proposta é da deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) e foi apresentada nessa segunda-feira (4/8).

A medida visa prevenir tragédias como a que tirou a vida de Euler Oliveira Pereira Rocha, de 42 anos, morto por um detento do Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, durante o exercício da função. O agente estava sozinho no momento do ataque, em desacordo com as normas de segurança previstas para escoltas.

O projeto de lei determina que todas as atividades de guarda, vigilância, custódia, escolta e transporte de pessoas privadas de liberdade devem ser realizadas por, no mínimo, dois policiais penais. A regra deve levar em conta o grau de periculosidade da operação, o número de custodiados e o risco envolvido.

Em caso de descumprimento, a proposta prevê responsabilização administrativa da autoridade que autorizar ou determinar que um único agente execute a tarefa. O projeto ainda precisa ser lido em plenário para que comece a tramitar e tenha definidas as comissões pelas quais passará antes de ser votado.

O crime
Euler Pereira Rocha foi morto na noite de sábado (2/8) dentro do Hospital Luxemburgo, onde fazia a escolta de um preso internado para tratamento médico. O detento aproveitou um momento de distração e atacou o agente, que estava sozinho no quarto. Outro policial que compunha a escolta teria deixado o local, o que não é permitido, segundo apuração da Corregedoria de Polícia Penal.

Após o assassinato, o preso vestiu a farda da vítima, pegou sua arma e fugiu pela portaria do hospital. Imagens de câmeras de segurança mostraram o momento em que ele deixa o local e entra em um carro de aplicativo. Pouco depois, foi localizado e preso por policiais militares do 22º Batalhão, no Bairro São Bento, também na Região Centro-Sul de BH.

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) não revelou detalhes sobre como o assassinato foi cometido. A Corregedoria instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias da morte e a conduta dos envolvidos. O policial penal da escolta que abandonou o posto foi afastado e poderá responder por coautoria de homicídio, conforme apuração preliminar.

Euler foi sepultado na manhã dessa segunda (4) no Cemitério Municipal Nossa Senhora da Piedade, em Justinópolis, distrito de Ribeirão das Neves.

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